segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Transmissão de seqüelas

O Brasil talvez nunca tenha passado por um momento tão singular em sua história. Jamais os jovens haviam atingido tal grau de passividade e incredulidade quanto ao futuro do país. Isto se deve, principalmente , à geração que os precedeu.

A população jovem brasileira é fruto de uma outra que , antes de qualquer coisa , viveu grandes paradoxos. Enquanto grande parte dos intelectuais e boa facção da Igreja Católica lutou para que , finalmente , mudássemos a cara do país , outra , a dos líderes políticos patriarcais que imperam há um século no Brasil , usaram de todas as forças para que permanecêssemos imóveis.

Esta geração viveu num clima de revolta e opressão. Infelizmente, todos os lados fracassaram. O lado dos que queriam que fossem realizadas as tão necessárias reformas agrária , social e tributária , fracassou. O outro lado, representado pela antiga elite , foi igualmente infeliz , pois para manter seus privilégios , viu –se obrigado a ceder , como nunca fora visto , às grandes potências econômicas , o que nos fez perder totalmente a já tão escassa soberania.

O jovem atual nada mais é do que uma imagem das falsas lições desta tão infeliz geração que o precedeu. Hoje , ele é totalmente despolitizado e incapaz de prever ou sonhar com um futuro melhor , já que seus pais , ao tentarem isto , não foram felizes.

Como diria Graciliano Ramos e Zé Ramalho: “apesar de tudo , continuamos achando que o Governo é o Governo”. Infelizmente ainda somos preconceituosos , individualistas e corruptos. Tudo o que a geração anterior herdou , a atual não deixou de herdar , mas esta última ganhou, como conseqüência , a desesperança e a falta de vontade de lutar.

Apesar de ter fracassado , a geração precedente à atual apresentou uma característica não vista em nenhuma outra: a coragem de lutar por seus ideais , o que talvez a torne sempre lembrada como a mais original e lutadora das gerações.



2 comentários:

  1. Prezado Wagner Candido,

    por meio da redação de uma aluna conheci o seu texto. Gostaria de saber a fonte dessa citação de Graciliano Ramos e Zé Ramalho, que me parece um pouco sem sentido.

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  2. Desculpe , só vi hj sua postagem. O Blog andou meio abandonado. Essa foi uma redação "nota 10" antiga da FUVEST. Confesso que tb achei desconexa, sem sentido , essa parte do texto.

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