segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mundo virtual: Ser ou não ser um estereótipo , eis a questão

Globalização , uma palavrinha que virou celebridade em meados da década de 1980: componentes eletrônicos minúsculos , celulares com 1001 utilidades , computadores , games em 3D , realidade virtual , vemos tudo isso em qualquer lugar. Mas quando falamos em realidade virtual , como algo pode ser real e virtual ao mesmo tempo ? Interessante , e ao mesmo tempo intrigante. Com o mundo ao nosso alcance podemos fazer , ser e vivenciar o que quisermos.

O número de pessoas que possuem uma “segunda vida” , fora desse mundo tangível em que vivemos , está crescendo. Agora como explicar tamanha fuga de realidade para um universo cheio de fantasias e satisfações próprias ? Jung já explicava isso no início de sua teoria psicanalítica do inconsciente coletivo e de estereótipos. Todos nós temos em nosso inconsciente um modelo ideal de beleza , postura , personalidade. Aquela pessoa “perfeita” e “ideal” é um estereótipo e no fundo cada um de nós tem um. Cada um de nós quer ser um.

A busca por essa tão sonhada perfeição leva muitos a criar uma vida própria dentro de um jogo , seja ele virtual ou não. Com a tecnologia aliada à criação do idealizado mundo “agora eu sou perfeito” , pessoas saem da realidade e do convívio humano para se juntar apenas a uma fantasia, na qual buscarão o sucesso que tanto querem e não conseguem no mundo real. Com isso , tornam-se presas a uma armadilha sem fim , pois continuarão sendo meros imperfeitos e limitados mortais.

Viver um mundo virtual em um jogo, por exemplo , pode deixar de ser apenas algumas horas sonhando acordado e passar a ser a vida “real” de uma pessoa , e isso acarreta inúmeros problemas psicológicos e sociais. Porém , essa evasão também é culpa da indiferente e exigente sociedade atual , que acaba fazendo uma cobrança “fora da realidade” a seus indivíduos.

Para evitar que esse mundo dos prazeres transponha a vida real , temos que aceitar ao outro e principalmente nos aceitar como somos. Saber que sempre seremos imperfeitos e limitados. Por fim , ter em mente que dedicar uma vida a um estereótipo é “game over” na certa.

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