segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Qual é o Pior Tipo de Preconceito?

O pior dos preconceitos não é aquele que a todos de imediato repugna, não é aquele que facilmente identificamos como tal. O pior e o mais nefasto preconceito é aquele que está tão introjetado (interiorizado, incorporado ou assimilado) em nossas mentes que nem nós mesmos conseguimos percebê-lo.

Quando tomamos conhecimento de um ato de discriminação racial, logo somos capazes de manifestar nossa reprovação, nossa indignação. Grande parte da sociedade moderna já não admite que se trate de forma diferente um negro, uma mulher, um deficiente. Com certeza muito ainda temos que lutar para que a amplitude desta igualdade seja entendida, mas a sociedade já se envergonharia em declarar-se contra ela. Lutar contra o preconceito, tal qual o tipificamos, é um exercício que a grande maioria sabe praticar.

Façamos, porém, uma rápida reflexão sobre nossas próprias atitudes e sobre nossas reações. Quando, caminhando por uma rua deserta, alguém se aproxima, quem nos amedronta mais: um homem ou uma mulher, um negro ou um branco, um maltrapilho ou alguém razoavelmente bem vestido? Sabemos a resposta, minada de preconceito: o homem, o negro, o maltrapilho são, em nosso imaginário, mais suspeitos.

Porém, preconceitos sublimados vão muito mais além, vão, por exemplo, no senso comum de que o homem deve ser mais alto, mais velho e, preferencialmente, mais rico do que a mulher com quem pretende se relacionar.

São esses os piores e mais nefastos preconceitos, porque nos impregnam de tal forma que contra eles sequer somos capazes de levantar nossas bandeiras. O que precisamos saber é que são essas atitudes, social, intelectual ou inconscientemente aceitas, que, na realidade, perpetuam uma sociedade doentia, minada de preconceitos, injusta. É contra estes que devemos estar permanentemente alertas, para que possamos construir uma sociedade mais humanitária, mais solidária, mais feliz.

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