segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Seleção Justa

O sistema de seleção para o ingresso em uma universidade, por mais bem estruturado que seja, é sempre concorrido e disputado. No Brasil, não é diferente: o vestibular é um concurso que cada vez exige mais conhecimentos por parte dos alunos. A questão é que nem todos os candidatos têm a oportunidade de se preparar igualmente para enfrentá-lo.

Uma das soluções encontradas para esse problema foi a criação de cotas para negros e pardos na universidade. Entretanto, tal solução parece não ter resolvido o problema, e sim criado outro: um sentimento de injustiça por parte de muitos candidatos. A reserva de vagas não utiliza um critério justo, já que não seleciona aqueles com melhor preparo. O jovem que teve condições de se preparar bem tem o direito de entrar na faculdade, independentemente de sua raça. O que acontece, na maioria das vezes, é que aqueles que passam no vestibular vêm, geralmente, de escolas privadas - o que mostra a disparidade das oportunidades existente entre escolas públicas e particulares.

Assim, fica fácil perceber que o grande problema não está na reserva de vagas, e sim no sistema de educação vigente no país. Por isso, o que deveria haver seria uma reestruturação do Ensino Escolar, para que tanto alunos de escolas públicas quanto de escolas privadas tivessem o mesmo aprendizado e as mesmas oportunidades, sem que a raça tivesse de ser levada em consideração. Somente desse modo haveria um critério justo de avaliação.

Além disso, as cotas selecionam alunos que nem sempre estão preparados para ingressar em uma universidade. Por conseguinte, esse sistema estará gerando profissionais menos qualificados para enfrentar o mercado de trabalho, com conseqüências negativas não só para o jovem, como para a própria universidade.

Em suma, adotar cotas para negros e pardos não parece ser a melhor alternativa para a seleção de alunos. Será preciso haver maior responsabilidade e compromisso por parte do Estado, para que se venha a proporcionar iguais oportunidades a todos.

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