quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A relação entre a educação e a diminuição do uso de álcool por jovens

A juventude é, naturalmente, o período no qual o ser humano possui maior disponibilidade para experimentar novas sensações, aprimorando - ou não - o indivíduo adulto que virá a se constituir. O consumo de álcool verificado nesse período, no entanto, retarda diversos processos essenciais à formação da personalidade do jovem, sobretudo a consciência de responsabilidade diante das suas atitudes.

Indivíduos que estão ingressando num ambiente distinto ao do aconchego familiar buscam instrumentos que consolidem sua condição moral perante a sociedade. O álcool é o mais ilusório entre os meios utilizados, pois, ao passo que transmite a idéia de segurança e de independência, revela alguém que procura, através da ingestão despreocupada de bebidas atraentes à visão, uma posição de destaque atingida de maneira insensata. Certamente, se a educação exposta pela família e pelas instituições de ensino fosse apresentada com um menor nível de superficialidade, os jovens encontrariam ingredientes adequados para canalizar suas energias e se tornarem adultos maduros e desenvolvidos não só fisicamente, como também psicologicamente.

O que se verifica no ambiente familiar e escolar, contudo, se opõe, na maioria das vezes, a esse modelo: pois atarefados e indiferentes aos filhos, em alguns casos, são tão imaturos quanto estes; na escola, o jovem absorve a noção de educação como uma mera repetição de frases e de fórmulas, que visam à sua aprovação.

O ensino perde a sua essência, deixando de se constituir como formador de um jovem comprometido consigo e com aquilo que faz para se transformar numa atividade mecânica e repressiva. O consumo de bebidas alcoólicas, dessa forma, torna-se a alternativa encontrada, diante do seu desamparo psicológico em relação aos desafios do mundo.

Sem uma conscientização de pais e de educadores, é hipócrita exigirmos uma diminuição no consumo de álcool por jovens. A solução deve passar, primeiramente, por quem forma o jovem; caso contrário, tudo se resume à transferência de culpa de adultos jovens para jovens adultos.

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