A televisão é, certamente, o veículo de comunicação mais acessível no país, especialmente entre os indivíduos das camadas mais desassistidas da população. Em vista disso, as emissoras de televisão brasileiras, interessadas em elevar os seus índices de audiência, somaram a sua programação os “reality shows”, programas que não acrescentam nada à cultura dos indivíduos, apenas comprovam o nível de ignorância do povo brasileiro.
Os shows da realidade já eram conhecidos em muitos países da Europa e tornaram-se famosos por gerar polêmica devido às cenas de sexo e às discussões entre os participantes. Assim, no Brasil não poderia ser diferente: o “Big Brother” e a “Casa dos Artistas” têm mostrado constantemente os competidores não só em situações de desavença e até próximos da agressão como também em momentos de intensa intimidade. O mais impressionante é que os picos de audiência são obtidos nesses instantes, revelando que esses programas não contribuem para o esclarecimento da população nem para a sua intelectualização, apenas tornam os telespectadores ainda mais alienados.
Observa-se também que se um elevado contingente de indivíduos assiste aos “reality shows” é porque existe uma identificação do público com esses programas. Isso ocorre em razão da facilidade de entendê-los, uma vez que não requerem nenhum conhecimento anterior para a total compreensão do episódio.
O mesmo não ocorre com os telejornais, pois para que se compreenda uma notícia sobre as exportações no país, por exemplo, o indivíduo necessita de algum conhecimento de economia. Logo, os telespectadores menos intelectualizados optam por um programa mais banal por não possuírem embasamento suficiente para assistir a outros que possam deixá-los mais cultos.
Portanto, o sucesso de programas como o “Big Brother” é o reflexo da pouca educação do povo brasileiro. Já que os programas que têm função de informar são restritos a indivíduos da elite intelectualizada, faz-se necessária a criação de programas informativos com um conteúdo mais simples para despertar o interesse dos menos favorecidos.
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