quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A política e a falta de interesse dos jovens

O número de jovens que votam, entre 16 e 17 anos, tem diminuído gradativamente com o tempo. Essa falta de interesse é gerada pela descrença predominante, não somente entre os jovens, mas em toda população, quando o assunto é política.

Essa descrença se deve, principalmente, pela falta de transparência dos “homens de terno”. O dinheiro do povo vem sendo desviado, escondido em meias, malas e os mais inimagináveis lugares. E, dessa forma, a corrupção se mostra, apesar de seus aspectos até cômicos, cada vez mais vergonhosa para toda a população brasileira. Sendo assim, por que os jovens se dariam ao trabalho de tirar o título de eleitor? Para trocar os corruptos? Por isso, enquanto não são obrigados, eles se isentam de se envolver em toda essa vergonha que se tornou a política brasileira.

A corrupção é um tema de discussão complexo, afinal, a consciência é individual, a honestidade e o respeito também. Três características importantes que faltam aos políticos brasileiros. Mas, quando o assunto é o interesse do jovem em relação à política e às eleições, o que deve ser feito é respeitar a decisão de cada um deles. Afinal, se o dinheiro do povo brasileiro não é respeitado, ao menos sejam as suas decisões e escolhas, ou, nesse caso, a falta delas.

Voto: Exercício necessário

Na busca incessante por seu espaço na sociedade, o jovem adere aos mais variados tipos de comportamentos de acordo com o referencial que tem do certo ou errado. Esse vaivém frenético de mudanças de atitude passa pela troca da cor do cabelo, dos olhos, da pele, do modo de se vestir, se comunicar e assim tem sido também no abster-se de votar aos dezesseis anos de idade. Estão renunciando a uma conquista estudantil que foi consagrada na Carta Magna do país, desde 1988.

Parece senso comum que, para os jovens, o "estar na moda" é fazer parte de uma tendência, aderir a estilo de vida diferente. Alguns radicalizam, outros não aderem e há aqueles que simplesmente não se definem, tudo é válido e como a sociedade é dinâmica, a informação chega e vai-se rapidamente, logo os jovens estão diante de novos referenciais, se adaptando ao novo, ao recém-chegado , ao moderno.

A mídia nos últimos anos bombardeou-nos com notícias dando conta de inúmeros atos de corrupção praticados nos mais diversos escalões dos governos, cenas desalentadoras de governadores, prefeitos, deputados, vereadores e outros assessores recebendo propina para beneficiar empresas, pessoas, alimentando um negócio sujo que movimenta milhares de reais, inclusive dos cofres públicos. Este tsunami de maus exemplos tem contribuído de maneira decisiva para o desencanto e frustração não só dos jovens pela política, mas é notório que à medida que os escândalos vêm à tona, a insatisfação e desconfiança aumentam em progressão geométrica também entre os maiores de dezoito anos.

Apesar dos maus exemplos observados no atual cenário político é até compreensível que as pessoas de modo geral não encontrem o referencial de honestidade e firmeza de caráter que almejam para representá-los, porém não faz sentido também abster-se da única ferramenta que têm em mãos para mudar o caos que ora se apresenta, afinal em um país democrático, o poder é exercido pelo povo e para o povo , e quanto mais cedo possível, melhor.

O uso indevido do celular: Proibir ou não ?

Vivemos em um mundo em que os avanços tecnológicos facilitam cada vez mais nossas vidas. Hoje em dia, por exemplo, inúmeras pessoas têm um aparelho celular. Entretanto, são os adolescentes quem mais se aproveitam dessas tecnologias. Mas será que eles sabem quando e como usufruir dessas inovações?

O uso do aparelho celular nas escolas vem gerando polêmica na sociedade, algumas instituições proíbem, outras não. Não apenas os telefones, o uso do boné, utilizado quase sempre por meninos, é também assunto para discussão. É muito importante que o estudante saiba que ao adentrar na escola ele deve respeitar as normas, o que nem sempre acontece, pois muitos desrespeitam as regras e acabam se comportando como se estivessem em casa.

O uso do aparelho móvel é muito importante, por exemplo, em caso de urgência, em que ele facilita muito a comunicação. Por isso, não há problemas, desde que o jovem guarde-o no bolso ou na mochila e só o utilize se realmente for preciso e com a autorização dos professores. Já o boné é, sem dúvida, uma falta de respeito. No processo de comunicação é muito importante a interação entre as pessoas, digamos que olho no olho, e o uso desse acessório, pode atrapalhar muito a comunicação. É como se o aluno utilizasse óculos escuros dentro da sala.

Os pais devem conversar com seus filhos e ajudá-los a terem consciência de que tais acessórios devem ser usados de maneira adequada e no local apropriado, as instituições de ensino devem também orientar os alunos, para que eles passem a respeitar as regras existentes e evitar assim transtornos como pornografia em suas variadas formas, a prática de "colar" nas provas, dentre outros.

Nesse sentido, torna-se necessário o respeito com as pessoas próximas e com o local em que se esteja. Nosso país de contrastes precisa de nós, cidadãos brasileiros, para emergir da situação de terceiro mundo.

Aborto: aborte essa idéia?

Vida. Palavra pequena, mas que tem o maior significado de todas. Viver é uma dádiva. Ninguém tem o direito de acabar com a vida alheia. Óbvio. Porém, alguém tem o dever de viver sofrendo?

O aborto é uma das questões mais polêmicas da atualidade, e a maioria das pessoas parece ser contra. Principalmente as que nunca viveram a situação. Esquecendo por um momento o lado religioso, podemos avaliar duas realidades: O Japão, onde o aborto é legalizado, e o Brasil, onde não é. A diferença é gritante: No Japão, menos de 1% da população passa fome, e existe uma porcentagem ainda menor de crianças que nasceram sem serem desejadas. No Brasil, para todos os lados existem crianças passando fome nas ruas, e/ou sendo maltratadas.

Não é justo matar uma criança. Não é justo alguém que engravidou irresponsavelmente tirar a vida do bebê. É justo, então, que as crianças morram de maus-tratos ou de fome? Ou ainda, que uma menina de 9 anos seja obrigada a dar a luz por uma questão moral, e, assim, aborte os seus próprios sonhos?

Os dois lados da moeda são cruéis. Só quem poderia decidir seria a mãe da criança. Simples assim? Nem tanto. Com o aborto legalizado, seria muito mais fácil se livrar de uma gestação indesejada, e por isso, talvez, as pessoas prestassem cada vez menos atenção no que é mais importante: a prevenção.

Fica realmente no "talvez". Só existem hipóteses. A legalização do aborto deve ser uma ação muito bem pensada e, claro, colocada na balança, para ser avaliada de acordo com a nossa realidade.

Aborto: A decisão é da mulher


Legalizar o aborto significa que nenhuma mulher poderá ser presa por esta prática e que o Estado estará obrigado a garantir assistência à saúde desta mulher na rede pública. Porém , muitas pessoas e principalmente entidades religiosas acreditam que aprovar determinada lei significa um crime contra a vida e fazer apologia ao aborto.

A criminalização do aborto faz com que as clínicas clandestinas lucrem no comércio ilegal de abortamentos e milhares de mulheres morram por ano ao realizarem o aborto na clandestinidade. Se houvesse a legalização, poderíamos ter números oficiais de abortamentos e controlá-los para diminuir esses índices.

São as mulheres pobres as maiores vítimas da criminalização do aborto. São elas que morrem por não ter dinheiro para pagar por um aborto em clínicas clandestinas caríssimas, e que acabam por realizar abortos em situações desumanas, sem terem um acompanhamento médico antes, durante e depois do aborto.

Legalizar o aborto não significa incentivá-lo e sim poder reforçar campanhas de educação sexual para evitá-lo. A maternidade só será plena se for voluntária, livre e desejada, por isso é preferível a mulher assumir que não está pronta para trazer uma criança ao mundo a fazer esta criança passar por maus tratos e sofrer. Não faz sentido que pessoas em nome de princípios religiosos imponham proibições para pessoas que não pensem como elas.

O aborto é um direito das mulheres de decidirem sobre seu corpo e sua vida. Nenhuma mulher é obrigada a fazer um aborto e quem for contra poderá manter sua opinião, seguir seus valores e religião. Mas aquelas que tiverem uma gravidez não planejada devem ser respeitadas na sua decisão, e o Estado deve garantir a possibilidade destas de interromper a gravidez sem correr risco de morte ou ir para a cadeia. Nenhuma mulher deve ser perseguida, humilhada, condenada ou presa pela prática do aborto.